No mês de Junho foi realizado o I minicurso “Saúde mental & Direitos humanos: um diálogo entre loucura, prisão e cuidado em saúde na Associação Elas Existem – Mulheres Encarceradas, sob coordenação da membra Sharllene Silva, onde contamos com a participação de grandes potências como diretora da Anistia Internacional Brasil Jurema Werneck, a defensora pública Patrícia Magno e o promotor de justiça Haroldo Caetano.
A ideia de propor esse minicurso foi pensando nas constantes vulnerabilidades em que vivem as pessoas privadas de liberdade e todo atravessamento que o racismo provoca no sujeito, o confinamento é um potente causador de sofrimento psíquico. O curso trouxe o debate não somente pelo encarceramento em massa e as formas como o racismo está ligado a este fator, mas, sobretudo, como tais condições tornam as pessoas privadas de liberdade susceptível ao adoecimento psíquico.
Diante de algumas inquietações a respeito do sistema prisional, os hospitais-penais ou manicômios judiciários, representam a forma mais severa de estigmatização e exclusão social. O minicurso permitiu uma troca entre o campo do direito e saúde mental, sob o viés do desencarceramento, principalmente quando ouvimos a experiência positiva de programas como o Programa de Atenção ao Louco Infrator (PAILI), experiência advinda do promotor de justiça Haroldo Caetano em Goiás. Além da defensora pública Patrícia Magno que trouxe em sua fala a vasta experiência nos manicômios judiciários e as aplicações de medidas de segurança. E fechando nosso minicurso tivemos a participação da médica Jurema Werneck que promoveu uma contextualização do racismo institucional e o adoecimento nas mulheres negras.
O minicurso foi um sucesso! É necessário a abordagem entre direito e saúde mental a esses corpos institucionalizados e o racismo nessas instituições, a fim de possibilitar a construção de mecanismos de resistência diante dessas políticas de extermínio que vivemos
